sábado, 28 de julho de 2012

Don Tapscott: Quatro princípios para o mundo aberto


Na palestra do pesquisador Don Tapscott, abaixo, ele discute quatro princípios de abertura que, segundo seu ponto de vista, a revolução tecnológica estaria impulsando no mundo: colaboração, transparência, compartilhamento e empoderamento. É interessante pensar nas implicações para a educação dessa otimista exposição de ideias.

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terça-feira, 24 de julho de 2012

Néstor Canclini na USP




O professor Néstor García Canclini, da Universidade Autônoma Metropolitana do México, proferirá a palestra "Dois desafios para o que pensávamos sobre comunicação: culturas digitais e inovações dos jovens", na aula inaugural, para o segundo semestre, do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da USP, no dia 2 de agosto às 14 horas, no Teatro Laboratório da ECA.

Haverá transmissão ao vivo pelo sistema de IPTV. Mais informações: link.


Fonte: http://midiaseducacao.blogspot.com.br/2012/07/canclini-na-usp.html

segunda-feira, 23 de julho de 2012

10 coisas que a internet está mudando no seu cérebro


Você sabe qual o efeito da internet no nosso cérebro? Na era digital, a tecnologia está modificando alguns hábitos dos seres humanos

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Crédito: Shutterstock.com
Então, o que exatamente a internet fazendo com nossos cérebros?
 tecnologia modifica cada vez mais o nosso cotidiano. Seja na maneira de estudar ou naforma de aprender, tudo que está conectado com a internet faz parte da nossa rotina. Porém, alguns cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, começaram a notar que a internet não tem servido apenas para satisfazer as curiosidades dos nossos cérebros, mas também reestruturá-los. Então, o que exatamente a internet fazendo com nossos cérebros? 
Confira as 10 mudanças que a internet está fazendo com o seu cérebro:

1. Memória
A internet representa o nosso disco rígido externo. Ela agora faz o papel da memória; nós não temos mais que lembrar números de telefone ou endereços. Precisamos apenas pegar as informações no nosso e-mail ou procurar no Google.

2. Aprendizagem
Com a internet, as crianças estão aprendendo de forma diferente. Você se lembra de todas as suas aulas de história que exigiam a memorização de datas, nomes e pequenos detalhes? As crianças não fazem mais isso. Com as bibliotecas online a memorização já não é uma parte necessária na educação. Oseducadores estão começando a entender que a informação está chegando cada vez mais rápido, e a memorização de certos fatos desperdiça o poder do cérebro de manter informações mais importantes.

3. Atenção
Alguma vez você já atualizou seu Facebook enquanto ouvia música e mandava mensagens de texto? Se isso acontece com frequência você já experimentou o fenômeno da atenção parcial e o seu impacto sobre o cérebro. O que ainda não se descobriu sobre a atenção parcial é se ela não passa de uma distração ou uma adaptação do cérebro para o fluxo constante de estímulos.

 4. Pesquisas
As pessoas estão ficando cada vez melhores na busca de informações. Embora não possamos lembrar de tudo, estamos melhorando a capacidade de encontrar as informações que precisamos. Isso acontece porque os recursos intelectuais usados para reter fatos e informações já está se adaptando às novas tecnologias e se tornando altamente qualificado em lembrar onde se pode encontrar as coisas.

5. Aumento do Q.I
Na era da tecnologia, jogosvídeos e redes sociais o grande questionamento dos pesquisadores é: as novas tecnologias estão deixando os nossos cérebros mais esquecidos? Pelo contrário, depois do surgimento de novas tecnologias como TwitterFacebook e Google, estamos ficando mais espertos e adquirindo novas habilidades. O QI está aumentando ao longo do tempo.

6. Concentração
Com a quantidade de informações em pouco tempo, a nossa concentração está sofrendo. Está cada vez mais difícil fazer uma leitura profunda sem usar a internet ou mexer no celular. Nosso tempo online é tão grande que quando paramos para fazer uma leitura mais complexa o cérebro se desinteressa e não se concentra na atividade.
  
7. Relevância
Com tanta informação disponível na internet, os cérebros já estão se adaptando a seleção de conteúdo por relevância. Cabe aos leitores e consumidores de informações determinar o que é relevante e confiável. Com a prática os cérebros estão ficando cada vez melhores nessa tarefa.

 8. Vício
O ser humano está cada vez mais fisicamente viciado em tecnologia. Mesmo depois de desligar, muitos usuários da internet sentem desejo pela a estimulação recebida dos gadgets. E a necessidade de estar conectado é crescente.
  
9. Distração
Em vez de se concentrar em tarefas importantes ou pesquisar informações para uma boa utilização, o cérebro está distraído com e-mails, redes sociais, e outras tentações da internet.

 10. Pensamento criativo
Alguns especialistas acreditam que a memorização é fundamental para a criatividade, só que com a perda da memória o pensamento criativo fica comprometido. Embora a criatividade tenha aumentado com o uso da tecnologia, o pensamento criativo deve ser feito de novas e diferentes maneiras.

quinta-feira, 19 de julho de 2012

10 dicas de como ensinar por meio de podcast


Podcast podem ser uma ótima ferramenta para ensinar alunos de todo mundo sobre diversos assuntos. Confira 10 dicas de como ensinar por meio de podcasts

(Crédito: Shutterstock.com)
(Crédito: Shutterstock.com)
Além dos professores, os alunos também podem usar os podcasts para produzir trabalhos como análises de livros, notícias recentes, revisões, etc
Os podcasts são arquivos de áudio online, postados com regularidade, como se fossem um blog sonoro. Os ouvintes podem fazer odownload do arquivo e escutarem em seus computadores ou celular, e os conteúdos variam de acordo com o objetivo do podcast, que pode ser feito por um locutor ou mais.

Como resultado de todas essas características e funcionalidades, os podcasts são uma ferramenta valiosa para o ensino das mais diversas matérias. Além dos professores, os alunos também podem usar os podcasts para produzir trabalhos como análises de livros e textos, notícias recentes, explicação e revisão de conceitos para a prova ou comentário dos acontecimentos recentes da escola.

Confira as dicas a seguir e aproveite todos os benefícios dos podcasts para ensino:

10 dicas de como ensinar por meio de podcast: Normas da escola

Antes de começar um podcast você deve conferir na escola quais são as normas para esse tipo de conteúdo e como eles podem ser publicados online em um site de fácil acesso para os alunos.

10 dicas de como ensinar por meio de podcast: E-mails

Converse com seus alunos e colete os e-mails de todos para garantir que tenham acesso ao material postado ou ao site de podcasts, que pode precisar de cadastro para ser utilizado.

10 dicas de como ensinar por meio de podcast: Escolha o site

Escolha e teste o melhor site para postar os podcasts. Você pode fazer isso em sites como o Blogger ouWordPress que permitem que você adicione arquivos de áudio nas postagens.

10 dicas de como ensinar por meio de podcast: Produção dos alunos

Se seu projeto inclui a produção de podcasts feitas pelos alunos, você deve oferecer alguns exemplos e lições para que eles consigam produzir sozinhos. Escolha exemplos divertidos que animem e motivem os alunos a se envolverem no projeto.

10 dicas de como ensinar por meio de podcast: Tipo e tema

Decida junto com os alunos qual será o tipo de podcast que será feito e qual o tema. Escolha a matéria mais votada e estudem possibilidades para que o melhor formato seja escolhido.

10 dicas de como ensinar por meio de podcast: Treino

No começo, todos irão encontrar dificuldades para fazer os arquivos. Leitura, voz, edição e muitos outros detalhes levarão tempo para se ajustarem com as particularidades de cada um. O importante é não desistir e continuar o treino.

10 dicas de como ensinar por meio de podcast: Criar roteiros

Peça para os alunos reunirem anotações e criarem roteiros para as séries de podcasts que serão feitos. Você pode dividi-los em equipes, duplas ou fazer individualmente.

10 dicas de como ensinar por meio de podcast: Equipamento

É importante que os alunos tenham a disposição os equipamentos necessários para a produção do podcast como microfones e programas de edição de áudio.

10 dicas de como ensinar por meio de podcast: Siga o roteiro

Grave os episódios em pequenas seções para facilitar o processo de edição. Se isso não funcionar você pode tentar gravar tudo de uma vez e editar depois.

10 dicas de como ensinar por meio de podcast: Divulgue os programas

Não se esqueça de divulgar os programas para que não só seus alunos, mas estudantes de todo Brasil possam aproveitar os materiais oferecidos.

Professora cria debate sobre investimentos do governo em TICs nas escolas


por Aline Aurili


Pesquisa TIC Educação registra como escolas brasileiras usaram as tecnologias em 2011


por Angélica Perez
Rafael Munduruca

Juliano Cappi, coordenador de pesquisa do CETIC.br, durante apresentação dos dados da TIC Educação 2011
Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) acaba de divulgar os números da segunda edição da pesquisa TIC Educação. O estudo mediu o uso das TIC (tecnologias de informação e comunicação) em 650 escolas, das quais 497 públicas e 153 particulares, de todo o Brasil.

Um dos dados mais importantes da pesquisa é que as atividades identificadas como mais frequentes nas salas de aulas são aquelas em que professores usam menos os recursos tecnológicos. “A gente percebe que quanto maior é a frequência da atividade, menor é a utilização do computador e internet. O que pode estar gerando isso? Quais as barreiras?”, questiona Juliano Cappi, coordenador de pesquisa do Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (CETIC.br), a divisão de pesquisa do CGI.

A pesquisa mostra, por exemplo, que 55% dos docentes e 51% dos coordenadores pedagógicos das escolas públicas acreditam que o número de equipamentos por aluno limita o uso do computador e internet na escola. Outra barreira mencionada pelos docentes é a baixa velocidade na conexão: 52% deles declaram que este fator atrapalha muito o uso adequado das TIC no processo pedagógico.

Mesmo com dificuldades, o uso de internet pelos estudantes já é uma realidade: 82% fazem suas pesquisas para a escola por meio da rede.

“A escola tem um papel muito importante pra integrar as pessoas no uso da tecnologia. Uma vez que a internet já faz parte da vida social, é importante que a escola discuta a importância desse uso”, completa Cappi.

Metodologia e resultadosO Cetic-br utilizou uma metodologia que está sendo adotada em vários países, inclusive com um piloto sendo feito pela Unesco. Ela foi adaptada para a realidade brasileira. A seleção da amostragem foi feita com base em dados do INEP, Instituto que faz os levantamentos de dados oficiais da educação no Brasil. O Ministério da Educação apoiou o projeto, que teve também a participação de diversos especialistas, de áreas variadas, na sua formulação.

Sobre os resultados, o coordenador da pesquisa destaca que a expectativa é que esses dados sejam discutidos e colocados em pauta na discussão de políticas públicas, com a incorporação dessas ferramentas na educação. “Existe um desafio que é saber como usar a internet e como ela pode contribuir. Isso passa necessariamente pela educação”.

Conheça os principais pontos da pesquisa:

Escolas públicas

• Exercícios para prática do conteúdo exposto em sala de aula é a atividade promovida pelos professores com maior frequência: 77% a realizam todos os dias. Porém, é uma das situações em que eles menos utilizam as TIC: apenas 21%.

• 65% dos docentes usam novas tecnologias para ensinar os alunos a usar o computador e a internet, mas essa é a atividade menos frequente em sala de aula.

• Aulas expositivas e a interpretação de texto também têm baixos percentuais de uso das TIC: 24% e 16% respectivamente.

• 86% das escolas têm computadores somente nos laboratórios de informática e não nas salas de aula, o que pode limitar a integração das TIC no processo pedagógico.

• O laboratório de informática é o principal e mais frequente local de realização das atividades envolvendo o uso de computador e internet.



Escolas particulares

• De forma geral, avaliando as diversas variáveis da pesquisa, o uso de computador e internet é maior entre professores de escolas particulares.

• Nas aulas expositivas, 36% dos docentes utilizam as TIC. Em interpretação de texto, a diferença é de 10 pontos percentuais entre escolas privadas e públicas, com 26% e 16% respectivamente.

• Nas escolas particulares, o laboratório de informática também é o principal e mais frequente local de realização das atividades.• Aproximadamente metade dos professores - 48% - utilizam computador e Internet no laboratório de informática, sendo este o local mais frequente para realização das atividades com os alunos para 34% dos educadores.

• Os dados indicam ainda que 21% das escolas particulares possuem computadores instalados em sala de aula, proporção cinco vezes maior que os 4% das escolas públicas.



Veja a pequisa completa aqui.

O cenário na prática

Como a pesquisa busca retratar um cenário de maneira homogênea, não há como enxergar diferenças entre as regiões do país, por exemplo. “Imagina-se que as condições e o material que o professor tem para trabalhar são bem diversos em cada região, então o resultado acaba mascarando algumas situações, talvez porque a amostragem é pequena. Se pensarmos, por exemplo, que só no estado de São Paulo são cerca de 300 mil professores, é um universo muito variado”, avalia o professor universitário Robinson N. dos Santos, mestre em educação e jornalista especializado em TI.

“Uma comparação interessante é que o professor tem o hábito de utilizar internet em casa, mas não consegue utilizar esse recurso com a mesma intensidade para ensinar. É muito importante educar sobre como usar esse meio, é importante uma mediação, uma orientação para esse aluno que já usa a internet para fazer pesquisas. O estudo joga uma luz nessa constatação”, diz o professor.

Instituto Claro lança cartilha "Tecnologias na escola"


No dia 09 de dezembro acontece o último encontro Diálogos com os Professores 2010, uma parceria do Instituto Claro com o Fronteiras da Educação. Na ocasião será lançada a cartilha “Tecnologias na escola”, publicação elaborada por Carlos Seabra, consultor e coordenador de projetos de tecnologia educacional e redes sociais e autor de diversos artigos, softwares e sites educacionais sobre o tema.

Com distribuição gratuita para os professores da rede pública de Porto Alegre (RS), a cartilha está disponível para download aqui no Portal.  O objetivo é ajudar os educadores a repensarem o formato tradicional de educação, usando nesse processo as ferramentas digitais. “Para um professor ensinar a ler, ele precisa saber ler. Para ensinar a escrever também. Com a tecnologia não é diferente”, afirma Seabra, que também será conferencista do encontro.

Além da discussão teórica, “Tecnologias na escola” traz exemplos práticos e dicas de aplicativos a serem usados no dia dia. Seabra explica que a ideia é dar uma noção geral de que a tecnologia é uma ferramenta facilitadora do trabalho em sala de aula e, por isso, deve ser apropriada pelos professores. Nesse sentido, ele quer desmistificar alguns tabus, como o de que o uso da tecnologia representa necessariamente mais trabalho para o docente. Ao contrário, se bem utilizada, ela é capaz de otimizar o tempo do profissional. E o consultor é categórico: o docente só conseguirá atrair seus alunos se conseguir entendê-los, mas, para isso acontecer, precisa compreender as novas tecnologias. “As pessoas hoje nascem com o mouse na mão”, diz.

Desdobramento do ciclo de palestras do Fronteiras do Pensamento, o Fronteiras da Educação – Diálogos com os Professores reúne docentes de escolas municipais e estaduais de Porto Alegre e da região metropolitana para debater questões como ética, religião e conectividade, entre tantos outros temas. Em agosto, o encontro teve a presença do norueguês Jostein Gaarder, autor de “O Mundo de Sofia”, que defendeu a necessidade de o professor buscar novas formas de ensino para despertar o interesse do jovem.


Saiba como funciona a cartilha

 



Para facilitar sua utilização, a cartilha “Tecnologias na escola” foi dividida em dez temas: navegação, comunicação, vídeo, som, imagens, blogs, textos e planilhas, mapas, redes sociais e jogos e simulações. De forma clara e direta, o educador tem acesso aos principais programas e aplicativos disponíveis na rede que podem facilitar o uso da tecnologia no processo de educação.

A publicação também traz exemplos práticos e sugestões de atividades para complementar os estudos e incentivar os alunos a participarem ativamente da aprendizagem. Um exemplo é com relação às redes sociais. A cartilha sugere, por exemplo, que os educadores aproveitem o Twitter para propor que os alunos elaborem microcontos de apenas 140 caracteres ou façam resumos com poucas palavras, treinando assim a capacidade de síntese dos estudantes. Esse tuíte (como são chamadas as publicações na rede social) pode ainda estar relacionado a um texto mais amplo, postado em um blog, desencadeando assim um envolvimento maior dos alunos.

“Temos que nos aliar à tecnologia, porque a era é do investimento no conteúdo. E ela nos ajuda muito a disseminar e produzir esse conhecimento”, afirma Seabra. O consultor acredita que a cartilha vai ajudar os professores a inserirem a tecnologia nas escolas em um processo de mudança da educação tradicional, que ainda tem muito a amadurecer quando o assunto é aprendizagem e tecnologia. 

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Docentes brasileiros utilizam a internet e possuem computador


Pesquisa sobre tecnologia e educação relativiza a ‘exclusão’ digital dos/as professores/as, mas as tecnologias ainda não têm presença significativa na prática pedagógica. Qual é sua relação com a tecnologia em sala de aula?
Lia Segre
do Vozes da Educação
“A escola é do século 19, o professor do século 20 e o aluno do século 21”. A frase, utilizada com frequência para expressar o descompasso entre os docentes e o uso de tecnologia em sala de aula, deve ser relativizada segundo dados de uma pesquisa lançada em junho no Brasil.
O estudo TIC Educação analisou 650 estabelecimentos educacionais, sendo 497 escolas públicas e 153 particulares em 2011, e foi divulgado em junho pelo Comitê Gestor da Internet (CGI.br). Revelaram-se números como: 97% das professoras e 98% dos professores utilizaram internet nos três meses anteriores à pesquisa. Entre os docentes com mais de 46 anos, 95% navegaram na internet naquele período.
Os resultados colocam os professores em um patamar de inclusão digital acima da média nacional: 45% dos brasileiros possuem computador, 38% acesso à Internet (TIC Domicílios 2011), enquanto que 94% dos professores possuem computador e 88% possuem conexão em casa; e 79% acessam a rede todos os dias.
A pesquisa é bastante ampla – o resultado completo pode ser acessado aqui. Em relação aos docentes, 94% das professoras possuem computador em casa (95% no caso dos homens). E quase não há variação entre as faixas etárias nesse quesito.
Outro dado que se destaca é que metade das professoras leva seu computador portátil à escola. Nessa parte da pesquisa, houve uma disparidade entre os sexos: 68% dos professores homens levam seu computador. E também houve disparidade entre as idades: até 30 anos, 73% levam; de 31 a 45 anos 58% e, a partir dos 46 anos 39% carregam seu portátil.
Realizar tarefas no computador é outro dado que revelou alguma diferença de sexo e faixa etária. 61% das mulheres não tem nenhuma dificuldade em copiar arquivos e pastas, enquanto 75% dos professores homens não têm. E 83% das e dos professores até 30 anos não tem nenhuma dificuldade com isso, enquanto 49% das e dos professores com mais de 46 anos não tem dificuldade.
64% dos professores ensinam os alunos a usar computador e a internet, 42% pesquisa informações em livros, revistas ou internet para a preparação de aulas.
Vozes observou que algumas desigualdades regionais se mantêm na pesquisa: a porcentagem inclina para uma maior inclusão digital nas regiões mais ricas do Brasil. E, quanto mais avançada a série em que o/a professor/a leciona, mais acesso à tecnologia também.
Dificuldades
Uma pergunta da pesquisa era se os professores achavam que em sua escola os alunos entendiam mais de tecnologias do que eles: 40% das professoras concordam com essa afirmação e 34% dos homens. 26% concordam totalmente.
Apenas 23% concordam em parte com a afirmação “acredita mais nos métodos tradicionais de ensino”, e 37% discordam totalmente.
Na frase que dizia que o professor “não sabe de que forma” utilizar o computador ou a internet na escola: 75% discordam totalmente.
Já na frase “os professores não tem tempo suficiente para preparar aulas como computador e a internet”, 19% concordam totalmente, 25% concorda em parte, e 34% discordam totalmente.
No Brasil a estrutura tem suas limitações: 100% das escolas possuem computador, mas o número de equipamentos por aluno é muito limitante para expandir o uso das TIC segundo os professores (55% deles pensam assim), e 51% dos coordenadores pedagógicos.
A baixa velocidade da conexão é outra dificuldade que a pesquisa revelou. 52% dos docentes mencionaram que esse problema atrapalha muito, o que relativiza o número de 93% das escolas com acesso à internet.
Essa pesquisa mostra que os professores (ao menos os brasileiros) e os alunos não estão apartados das tecnologias da informação (TIC), elas fazem parte de suas vidas, mas não estão completamente integradas com a educação. 
Onde deve estar a tecnologia dentro da escola?
Em 2010, 81% dos estabelecimentos de ensino tinham computadores apenas nas salas de informática, e 86% em 2011. 4% das escolas públicas possuem computadores em sala de aula.
Os resultados, como comenta a matéria, colocam os professores brasileiros em um patamar de inclusão digital acima da média nacional. Entretanto, transparecem também dificuldades no uso pedagógico das tecnologias, de acordo, tanto com as percepções dos professores, quanto em relação aos dados da realidade. Assim, embora 93% das escolas pesquisadas tenham acesso à internet, a baixa velocidade da conexão atrapalha; e em 86% das escolas os computadores estão apenas nas salas de informática. Somente 4% das escolas públicas possuem computadores em sala de aula.

Tecnologia, conteúdo ou metodologia?


Afinal, que conhecimentos os professores da era digital precisam dominar?
Para lançar luz sobre o tema e nos ajudar a visualizar respostas a esta pergunta, recorro à experiência de
Judi Harris, educadora que trabalha no College William & Mary, na cidade de Williamsburg, Virgínia, EUA.

Ela é especialista em Currículo e Tecnologia Educativa e desenvolve já há alguns anos uma pesquisa
sobre a relação entre as ferramentas digitais e a ação pedagógica. O intuito do seu trabalho é exatamente
 reconhecer  conhecimentos necessários aos professores para tornar as práticas pedagógicas associadas às 
inovações tecnológicas mais eficazes. Em outubro passado, Judy Harris foi uma das convidadas para abrir o
VI Encontro Internacional EducaRede e, já no vídeo que enviou como apresentação pessoal, fez 
provocações muito interessantes que deram o tom do que seria sua participação presencial.   
Em uma delas, a pesquisadora pede que se relembre uma 
propaganda veiculada na TV americana em que se propõe a arquitetos
que desenhem, projetem uma casa em volta de um determinado 
modelo de torneira.
É a mesma coisa que, freqüentemente, nesses últimos vinte e cinco anos, 
temos feito com educadores, diz ela. Desenhem experiências de ensino-
aprendizagem em torno de uma determinada tecnologia, dispositivo, continua,
sinalizando já a valorização excessiva do conhecimento tecnológico e 
suas implicações.

A analogia com a educação aparece por meio da uma imagem (ao lado)
que ilustra com muita propriedade o questionamento que norteia todo 
trabalho da pesquisadora: Ferramentas são fundamentais. Mas são elas que
devem configurar nossa ação pedagógica?  Apesar de ferramentas serem 
poderosas, terem funcionalidades atraentes, muitas vezes sedutoras, 
não é em torno de, ou a partir de ferramentas que deveríamos planejar 
nossa aula, nossa atividade, nosso projeto pedagógico.
A apresentação segue com mais provocações baseadas em imagens 
muito expressivas que nos motivam fortemente a refletir sobre a 
maneira como estamos lidando com as tecnologias da informação e 
da comunicação no âmbito do processo ensino-aprendizagem. 
  
É o caso do próprio título que ela atribui à sua
palestra - Não mais rabos movendo os cães: uma  nova compreensão da integração das TIC –, metáfora que reitera 
sua posição: não são os equipamentos, os aparatos tecnológicos que devem direcionar a atuação do professor. 
Não são as tecnologias que devem mover o processo ensino-aprendizagem. Assim como não é o rabo que 
move o cãozinho. Traduzindo: não se trata de conhecer muito bem uma ferramenta e elaborar uma aula em 
torno dela, mas sim criar um projeto em torno das necessidades dos alunos.

A imagem do martelo, usada pela educadora, também chama muito
a atenção pela força que tem para expressar uma postura bastante 
comum entre educadores que enxergam nas ferramentas tecnológicas
a solução mágica – a panacéia - para todas as situações: quando se tem
um martelo novo, brilhante, pode-se sair por aí achando que tudo é prego. 
Ferramentas têm grande potencial para ajudar alunos a aprenderem mais,
professores a ensinarem melhor, afirma. O problema é quando deixamos 
que as ferramentas sugiram, ou decidam, o que e como vamos ensinar
Judi Harris enfatiza então – no vídeo e, mais expressivamente, na palestra a que pude 
assistir presencialmente - a necessidade de um novo olhar para a maneira como a tecnologia está sendo 
integrada aos processos educativos. Mostra como resultado de sua pesquisa, a metodologia baseada no TPACK
[1] - Technological Pedagogical Content Knowledge – que engloba três tipos básicos de conhecimentos - o 
tecnológico, o pedagógico e disciplinar - e três tipos de conhecimentos combinados – o pedagógico disciplinar[2],
 o tecnológico disciplinar [3] e o tecnológico pedagógico[4].

Para ela, a implementação adequada de uma metodologia alicerçada nessa modalidade de conhecimentos 
combinados – tecnológico, pedagógico, disciplinar –, aliada a bons recursos e professores bem formados, 
pode ser fator decisivo para que a incorporação de tecnologia em processos de ensino-aprendizagem aconteça
 de forma contextualizada, com uma compreensão de tecnologia relacionada à pedagogia e ao conteúdo. 

Este tipo de conhecimento – TPACK Technological Pedagogical Content Knowledge - seria então, segundo a autora,
o conhecimento necessário ao professor que deseja integrar tecnologia em suas aulas.

Vale dizer aqui também que, apesar de esta abordagem ter se tornado popular mais recentemente, desde a
década de 90, outros autores[5] desenvolvem estudos sobre os diferentes 
tipos e modalidades de conhecimento que os professores dominam, ou devem dominar.
TPACK se fundamenta principalmente nas idéias de Lee Shulman, professor emérito da Stanford 
University School of Education, que, já em 1986, se dedicou à pesquisa do Conhecimento Pedagógico
do Conteúdo – PCK.

·         Site dedicado ao modelo TPACK – Technological Pedagogical and Content Knowledge
·         Designing and Doing
TPACK-Based Professional Development

[1] Em português teríamos: CTPED (conhecimento tecnológico, pedagógico e disciplinar).
[2] Conhecimento pedagógico disciplinar:  conhecimento típico e quase que exclusivo dos docentes: 
acontece, por exemplo, quando um professor de matemática sabe como avaliar corretamente , 
ou explicar da melhor forma possível qualquer aspecto da sua disciplina.
[3] Conhecimento tecnológico disciplinar:  conhecimento muito necessário para qualquer profissional. 
É o conhecimento de que se vale um patologista na hora em que utiliza o microscópio para analisar 
corretamente um tecido.
[4] Conhecimento tecnológico pedagógico:  conhecimento que não se produz sozinho, separado. È
 o conhecimento que junta à forma de ensinar com a tecnologia. Mas não serve para nada sem o 
conhecimento disciplinar.
[5] SHULMAN, L. Those who understand: Knowledge growth in teaching. Educational Researcher 15(2),
1986, p. 4-14. 
PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.   
TARDIF, M. "Saberes profissionais dos professores e conhecimentos universitários. Elementos para 
uma epistemologia da prática profissional dos professores e suas conseqüências em relação à 
formação para o magistério". Rio de Janeiro, PUC - Rio, 1999.
TARDIF, M., LESSARD, C. e LAHAYE, L. Os professores face ao saber. Esboço de uma problemática 
do saber docente. Teoria e Educação nº 4, Porto Alegre: Pannônica, 1991.